Sorver da Sequidão
Data: 27/05/2012
Créditos:
Texto:Sorver da Sequidão-O Poeta do Deserto
Voz:O Autor Trilha Sonora:Asa Branca-Luiz Gonzaga por Alexandre Gismonti/Elba Ramalho Edições e Produções caseiras Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. (imagem Google)
Sorver da Sequidão Sorvo as intempéries da terra que ansiosa tão só espera um acarinhar em talhos em vão, os desatinos que se aglomeram, mãos que rogam a clamar por chuva terna, elixir combatente das mazelas que se alastram em árido chão, as esperançosas secas cisternas que deprimidas ocas e sinceras evidenciam a desolação, as partidas que os magros cãos velam acompanhados da voraz solidão, as novenas a rogar que a insistente espera não endureça qualquer coração, os Mandacarus que espreitam as flores dispersas para despistar a conformação, a força mesclada à poeira austera dos combatentes montados alados dentro de um leal gibão, os olhares muitas vezes embaçados com o líquido do sofrer externado que não toca e nem nutre o chão, sorvo e em poética se revela o maltratar da mais que nua contemplação, sorvo o sentir do esperançar inato, eis o sorver da sequidão de um povo combatente nato, em uma pátria chamada Sertão.
Enviado por O Poeta do Deserto em 16/08/2011
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