(foto Tereza Kleovoulano)
O Palhaço sem Circo Recolheram as lonas; desaterraram as vigas; desbotaram as cores que torneavam o cartaz; recolheram os bichos os devolvendo aos seus nichos; entortaram os arames de aço onde teimava o passo audaz; os trapézios esquecidos aflitos, trapezistas alados sem poder voar; domador sem fera que não domou a mazela de não poder atuar; picadeiros removidos,retorcidos, escondidos; nem o mágico tornou com feitiço, visível a pláteia com gargalhadas no ar; cheiro esquecido de pipoca com riso; a maçã do amor já não adoça sem encontrar paladar; a mulher de barba já se acompanha da navalha para se disfarçar; o homem bala já não embala nenhum qualquer espantar; destino malabarista que teimou em tropeçar; os cachorros não mais saltitam demonstrando voraz treinar; E o ser que crê que o riso nos liberta do tão vil penar, não desiste do desígnio de buscar o contentar, pueris sorrisos já vistos o impelem a continuar, no lúdico mundo bonito, o seu salutar lugar, mesmo sem circo erguido não mais sairá de lá, em meio ao mais curtido dom de dissimular,dom que esconde o pranto ao pretexto de outrem alegrar. Minha singela ode aos palhaços protagonistas dos nossos mais pueris sonhares,salve! O Poeta do Deserto
Enviado por O Poeta do Deserto em 28/08/2010
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