O Poeta do Deserto

Em meio ao arder árido agradeço aos espertos pelo incentivar singelo,sou O Poeta do Deserto!

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   (imagem Google)

Poética Aquarela

Terra das esperanças aflitas, do carnaval que se agiganta na avenida, das baianas e seus hábeis temperos que se sinta, dos políticos que prometem uma nova vida, da barriga oca, da miséria esquecida, da desigualdade que despreza as feridas, do Pau Brasil, da soja, dos linguajares por moda, do caju que dá nódoa, do mel da cana açucarando as nossas vidas, do café, do Pelé, do Garrincha inusitado drible com finta, do chorar por um prato de comida, dos que rezam, dos que esquentam suas marmitas, das mulheres com suas belezas atrevidas, do futebol anestesiando as chagas ardidas, de Tancredo e suas ideologias mal ouvidas, de Juscelino visionário de uma nova vida, da ditadura, da censura, dos companheiros que ainda perduram com suas bandeiras rubro erguidas, de Carmem Miranda com seu charme com afinco, do deboche do memorável Oscarito, de Cartola com seus prantos em rosas erguidos, da viola na sacola, do berimbau que em nota única assola, do chimarrão, do pão de queijo, do camburão com os escolhidos sem escola, de Padre Cícero e da imaculada Nossa Senhora, Frei Damião, de Tom Jobim, do Frevo que implora um saltitar a qualquer hora, do samba que em roda estimula o gritar da cuíca, das donzelas com saias de fita, do mandacaru que na seca se arrisca, do babaçu, do cerrado, do gordo gado, do gado com osso no sertão comendo caroço, dos vira latas na rua roendo só osso, dos mendigos que balbuciam um esperançar por almoço, da violência nas favelas, das bravatas no Planalto, de um metalúrgico que sonhou mais alto, do axé, do pé de milho em pé, do guaraná, dos sem fé, de Tiradentes reacionário dos descontentes, de Zumbi dos Palmares e seus amigos combatentes, do preconceito escondido, do curió nos galhos entretido, de Chacrinha, das bandas e das marchinhas, de um povo sofrido, da Avenida São João a trilha dos em busca do pão, do Corcovado iluminando nosso venoso vão, dos índios sofridos desde a época da colonização, das araras matreiras, das emas sorrateiras, do Pantanal, do mangue e do curral, do pau de arara, dos sem terra, dos latifúndios, das coisas mais belas, dos mares que se aglomeram, do sol, da garoa astuta, das andorinhas voando todas juntas, do feijão mulatinho em suas pequenas mudas, do povo sofrido e aguerrido, dos Joãos e das Severinas nas mais duras esquinas, dos brados retumbantes fortes seja do sul ao norte, dos filhos da mãe gentil, terra das esperanças aflitas, em um solo chamado Brasil.
O Poeta do Deserto
Enviado por O Poeta do Deserto em 05/06/2011
Alterado em 18/06/2011
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